Índios no Amazonas sofrem mais com doenças respiratórias e diarreia, segundo dados do DSEI Manaus.
Doenças respiratórias, diarreia e verminoses são os principais problemas que acometem os indígenas de 19 municípios do Amazonas, área de cobertura do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI Manaus), ligado à Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Os dados são do último levantamento, realizado em 2009, pelo órgão, com 23.090 índios de 34 etnias, distribuídos em 200 aldeias e atendidos por 14 polos base de saúde.
A coordenadora técnica do DSEI Manaus, Wildys Feitosa Azevedo, informou que as doenças respiratórias, como gripe, resfriado, amidalite aguda e asma, são as que mais afetam os índios. Em 2006, o número contabilizado foi de 2.400 casos e taxa de incidência de 146 a cada 1.000 indivíduos. Em 2009, foram registrados 2.675 casos, apresentando taxa de incidência de 132 de 1.000 indivíduos. “A diminuição ocorreu devido à intensificação da cobertura vacinal da influenza, feita em toda essa população indígena”, disse.
A diarreia aparece como o segundo maior caso de incidência, de acordo com Wildys Azevedo. Foram registrados 2.730 diagnósticos e incidência de 166 a cada 1.000 indivíduos, há quatro anos, contra 2.642 casos e incidência de 129 a cada 1.000 indivíduos em 2009.
Outras doenças frequentes são as infecciosas e parasitárias. A incidência de 106 a cada 1.000 indígenas, em 2006, quando foram diagnosticados 4.989 casos, caiu para 106 a cada 1.000, em 2009, ano em que houve 1.819 casos.
Malária
Em contrapartida, o Índice Parasitário Anual (IPA) da malária, nessas regiões, apresentou um crescimento nos últimos seis anos. A coordenadora técnica do DSEI Manaus informou que o IPA por 1.000 habitantes que era de 57,6 (822 casos), em 2004, saltou para 184 (911 casos), em 2009. A melhoria do diagnóstico é atribuída à implantação de testes rápidos, principalmente, em áreas de difícil acesso.
Segundo Wildys Azevedo, a rapidez do diagnóstico na malária promoveu o tratamento precoce, refletindo no controle da transmissão da doença e nos registros de casos graves e óbitos. Os tratamentos da malária, tuberculose e hanseníase, são considerados problemáticos pelo chefe do DSEI Manaus, Dário Salgado, por serem longos, de seis a oito meses, e às vezes abandonados pelos indígenas.
De acordo com Dário Salgado, o quadro de médicos e dentistas nos 14 polos base é insuficiente. Cada polo tem um clínico geral e um dentista, um enfermeiro e técnicos em enfermagem, laboratório e higiene bucal. Os funcionários são terceirizados, sendo 40% contratados pela Fundação Poceti e 60% pelas prefeituras dos municípios.
As aldeias indígenas acompanhadas pelo DSEI Manaus estão em Anamã, Autazes, Beruri, Borba, Careiro Castanho, Careiro da Várzea, Humaitá, Iranduba, Itacoatiara, Manacapuru, Manaus, Manaquiri, Manicoré, Nova Olinda do Norte, Novo Airão, Novo Aripuanã, Rio Preto da Eva, Urucurituba e Urucará.
Fonte: d24am.com
0 comentários:
Postar um comentário