Uma altercação ocorreu depois que o Cardeal George Pell da Arquidiocese da Sydney, Austrália, criticou o Partido Verde, que apoia o aborto, a eutanásia e o “casamento” de mesmo sexo, como “veneno camuflado de doce” que representa um ponto de vista “anticristão”. A arquidiocese se manteve totalmente fiel aos comentários depois que Robert Brown, líder dos verdes, insinuou que Pell mentiu sobre a posição do partido, e afirmou estar mais em sintonia com os sentimentos católicos e cristãos do que o cardeal.
Quando indagado por jovens sobre como votar nas próximas eleições, Pell disse numa coluna no domingo que não apoia um partido específico, mas incentivou sua audiência “a examinar as políticas dos verdes no site deles e julgarem por si mesmos como elas são totalmente anticristãs”.
O cardeal também apontou para o fato de que o líder dos verdes Robert Brown ajudou a escrever um livro em que se afirma que “os seres humanos são simplesmente outra espécie animal mais esperta, de modo que os seres humanos e os animais estão nos mesmos ou semelhantes níveis dependendo de seu grau de consciência”. O livro tem como coautor o filósofo da Universidade de Princeton Peter Singer, um notório apoiador do infanticídio e eutanásia.
“A intenção dessa ética verde é substituir o Judaísmo e o Cristianismo”, alertou Pell.
Alguns políticos verdes, observou ele, “têm expandido mais essa postura anticristã afirmando que não se deve permitir no debate público nenhuma argumentação religiosa”. “O que não é de surpreender é que eles estão muitas vezes em discordância nessa questão, recebendo alegremente apoio cristão para os refugiados, mas rejeitando que qualquer tipo de argumentação religiosa deva ser permitida em outros assuntos”, escreveu Pell.
Ele comparou uma ala dos verdes “às melancias, verdes por fora e vermelhas por dentro”, dizendo que “vários são estalinistas e apoiam a opressão soviética”.
“Naturalmente os verdes são hostis à noção da família, homem, mulher e crianças, os quais eles enxergam como só uma entre um conjunto de alternativas”, escreveu ele. “Eles querem permitir casamento independente da sexualidade ou identidade de gênero”. Pell também criticou a plataforma ambientalista do partido, dizendo que embora “todos aceitemos a necessidade de um meio-ambiente saudável”, as ideias do partido “são impraticáveis e dispendiosas, o que não ajudará os pobres”.
O próprio Brown respondeu de imediato ao cardeal afirmando que a maioria dos cristãos apoia o “casamento” de mesmo sexo e assim que o partido está mantendo a ética cristã melhor do que Pell.
“O bom arcebispo se esqueceu do nono mandamento, que diz ‘não darás falso testemunho contra o teu próximo’”, disse Brown em comentários publicados pelo jornal Sydney Morning Herald. “Ele perdeu a ética do amor ao próximo e quem está obedecendo a essa ética são os verdes. Os verdes estão muito mais próximos do pensamento cristão convencional do que o cardeal Pell. É por isso que ele não está apoiando a eleição e eu estou”.
Ele chamou a posição de Pell em favor do ensino da Igreja Católica sobre a homossexualidade como “discriminatória e tendenciosa”, e afirmou que “a maioria dos católicos apoia a igualdade no casamento (tal faz) a maioria dos cristãos na Austrália”.
Em resposta, a arquidiocese de Sydney divulgou um comunicado à imprensa corrigindo as afirmações de Brown e chamando-o de “mestre das manipulações”. “Parece que [Brown] quer salvar não só o meio-ambiente, mas também redefinir as crenças católicas. É uma lástima que ele seja melhor em manipular do que conferir os fatos que tem”, escreveu Katrina Lee, diretora arquidiocesana de comunicações.
Lee derrubou como factualmente falsas as afirmações de Brown de que Pell se opõe ao projeto Construindo a Revolução da Educação e mais compaixão para os que buscam asilo, dizendo que o cardeal de fato apoia ambos. Ela também criticou a afirmação de Brown de que ele está em sintonia com a preferência católica e cristã em favor do “casamento” de mesmo sexo escrevendo que “isso seria novidade para a maioria dos australianos”.
“Se esse realmente fosse o caso é improvável que os dois maiores partidos tivessem feito tudo o que era necessário para exclui-lo como questão de eleição”, escreveu Lee. “É impressionante que os verdes não tenham nenhuma página em seu site dedicada a políticas voltadas para a família”.
Antes da altercação, a organização cristã Australian Christian Lobby se queixou de que o Partido Verde tratou com desprezo o questionário deles, se recusando a responder 18 das 24 perguntas. “Até mesmo o Partido do Sexo respondeu com honestidade às perguntas. Não concordo com as posições deles, mas pelo menos eles foram honestos o suficiente para realmente apresentar as respostas deles ao passo que os verdes não foram”, disse Jim Wallace, diretor de ACL.
Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com
Fonte: http://noticiasprofamilia.blogspot.com
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