Um tambaqui pesando 44 quilos e medindo 1m15 foi pescado no Município de Maraã (a 635 quilômetros de Manaus), na região do Médio Solimões. Para quem possa duvidar do feito, o peixe, raro, está congelado num freezer da Coordenação de Pesquisas de Biologia Aquática (CPBA) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), sob os cuidados da bióloga Sidnéia Amadio. Segundo ela, não há registro no instituto de um tambaqui desse tamanho.
Doado pela prefeito de Maraã, Dilmar Santos Ávila, ao Inpa, o tambaqui (Colossoma macropomum) será preparado com formol para, futuramente, ficar em exposição e também para pesquisa, disse a especialista, para quem não há muitas explicações para o tamanho do animal. O mais certo é que esse peixe deve ter encontrado refúgio em algum lago distante e lá cresceu protegido das malhas e arpões.
O animal foi fisgado de anzol e abatido por um arpão, disse Sidnéia, destacando o respeitável tamanho do peixe considerado nobre entre os pescados. “Por isso as áreas de refúgio são importantes”, destacou a pesquisadora, calculando que o peixe deve ter entre 12 a 15 anos de vida.
O pescador Walter Dias, um dos nove que trabalha na CPBA, disse que no início da década de 70 do século passado pescou um tambaqui com peso parecido a esse na região do rio Juruá. “Hoje é um fato tão inédito que deve ser registrado como fato histórico. A pressão pela pesca é tamanha que os bichos não têm tempo para crescer”, diz ele.
Parceria
Desde criança trabalhando como pescador, Walter mora em Manaus há mais de 40 anos onde continuou na profissão trabalhando no Inpa para auxiliar os cientistas nas coletas das espécies a serem estudadas.
Desde criança trabalhando como pescador, Walter mora em Manaus há mais de 40 anos onde continuou na profissão trabalhando no Inpa para auxiliar os cientistas nas coletas das espécies a serem estudadas.
Enquanto tece a malhadeira, não esconde o prazer de falar do passado de fartura dos rios e lagos. “A gente só pescava peixe grande”, conta ele, certo de que, por ser uma raridade, o gigante tambaqui deve mesmo é ser estudado e admirado não só no território das lendas, mas no da ciência. Para contribuir com a preservação da espécie.
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